ARTIGO: TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH)


PROFESSORA: CRISTINA SCHENKEL FOCHEZATTO – 2024

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH)

O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V) “os padrões persistentes do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade são: desatenção e desorganização, envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou o nível de desenvolvimento. Hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentada, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade ou o nível de desenvolvimento”.

O transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é muito mais comum do que se imagina, mas muito pouco conhecido pelos pais e professores. A imprensa e os programas de televisão têm divulgado várias matérias sobre o assunto, mostrando as dificuldades do diagnóstico e explorando o uso de excitantes para o tratamento, gerando muita confusão tanto para pais quanto para professores em torno do TDAH.  Frequentemente, os pais se queixam que seu filho é muito agitado, não para quieto um minuto, não fixa atenção em qualquer tarefa, anda pela sala perturbando o irmãozinho, todos os brinquedos estão quebrados, não consegue aguardar a sua vez, quando vê televisão incomoda quem está ao lado, mexe-se o tempo todo, parece que não escuta o que não lhe interessa mas está ligado em tudo ao redor; não avalia o perigo, não fica sentado quieto, não obedece a ordens, não sabe ouvir um não, atrapalha os colegas durante as aulas, seus trabalhos escolares são mal feitos e bagunçados, não gosta de estudar em casa, seu rendimento escolar é baixo. Por vezes, enfrenta e desafia os adultos. Esta é a criança tida como avoada, estabanada, que vive no mundo da lua. Os sintomas de hiperatividade estão mais presentes nos meninos e os de desatenção mais presentes em meninas. O TDAH não é restrito à infância. Em adultos, constitui o transtorno neuropsiquiátrico, não diagnosticado, mais frequente. Os sintomas de TDAH se modificam com a maturidade. As crianças apresentam hiperatividade motora, agressividade, baixa tolerância à frustração e impulsividade. Adolescentes e adultos apresentam sintomas de distração, desatenção, mudança frequente das atividades, irritabilidade, impaciência, agitação. Pelo menos 50% das crianças com TDAH continuam a apresentar o quadro na vida adulta. O transtorno acompanha a maioria dos pacientes ao longo de suas vidas, nos diversos contextos. As consequências individuais (incluindo a baixa estima), familiares e sociais geram sempre algum grau de incapacidade e sofrimento, associado a prejuízo significante do desempenho escolar e profissional. Entretanto, existe tratamento contínuo, objetivando melhora em todas as áreas prejudicadas pelo TDAH.

O diagnóstico do TDAH é essencialmente clínico, envolvendo critérios específicos. Os sintomas centrais do TDAH são: graus inadequados no desenvolvimento da atenção, da atividade motora e da impulsividade, resultando em comprometimento clinicamente significativo das funções sociais, acadêmicas ou profissionais.

Os critérios para determinação da idade de início dos sintomas têm sido questionados. Embora a hiperatividade, geralmente, seja notada antes dos sete anos, pode não acontecer o mesmo com a falta de atenção. É fundamental para o diagnóstico que os sintomas persistam por, pelo menos seis meses, em dois ou mais ambientes (casa, escola, locais de lazer).

O diagnóstico é feito na infância e, frequentemente, acompanha o indivíduo por toda a sua vida, por isso a importância do diagnóstico que não deve ser feito por um único médico, mas por uma equipe multidisciplinar. É importante deixar claro que nem toda criança agitada deve ser rotulada de hiperativa. A agitação pode ser sintoma de doenças graves, como o autismo, hipertireoidismo, depressão infantil, assim como pode ser resultado de problemas de comportamento. O portador de TDAH costuma ter muita dificuldade em manter a atenção, não costuma notar detalhes, erra por descuido em atividades escolares e tem como a principal característica a combinação dos sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade, ou seja, é preciso diferenciar o comportamento da criança que é cheia de vontades pela falta de limites.

As crianças que são hiperativas não possuem menos inteligência ou capacidade de aprendizagem que as outras, necessitam apenas de atenção diferenciada, ou seja, os pais devem procurar tratamento adequado para os filhos. O melhor tratamento no cotidiano é ter paciência com a criança; valorizar suas conquistas; recompensar comportamentos adequados; evitar rótulos; proporcionar ambientes tranquilos; favorecer atividades sociais; respeitar o ritmo escolar da criança; colocar limites claros e treinar hábitos sociais. Observando essas dicas e procurando ajuda médica e terapêutica, podemos amenizar muito os conflitos de que o hiperativo pode ser vítima, quando não tratado. A hiperatividade é um problema social. É importante ressaltar que o diagnóstico de hiperatividade é difícil e, portanto, deve ser feito por uma equipe médica, para evitar um falso diagnóstico, que pode levar a uma conduta errônea por parte do profissional em relação à criança. Procurar ajuda profissional certamente muda o futuro de uma criança com TDAH, uma vez que a infância é a fase mais importante na vida de um indivíduo no que tange à formação da sua personalidade, à construção de sua autoimagem e às habilidades sociais.  A hiperatividade pode ser como resultante de uma disfunção do centro de atenção do cérebro que impede que a criança se encontre e controle o nível de atividade, as emoções e o planejamento, pode também ser encarado como mau funcionamento do centro de atenção, acarretando problemas de desempenho.

A aprendizagem em crianças hiperativas é bastante prejudicada, devido à dificuldade de concentração. Durante a idade escolar, ela é considerada diferente, indisciplinada, já que costuma manter-se agitada o tempo inteiro e distrair-se com facilidade, pela existência de inúmeros estilos.

PLANO DE INTERVENÇÃO

O Plano de Intervenção a partir de um diagnóstico deve ser elaborado de acordo com a demanda do paciente, neste caso transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, inclusive a definição das sessões, no sentido de tempo, horário, valores etc. O plano é uma parte crucial da eficácia das intervenções. Criar um plano bem pesquisado de tratamento que ela possa botar em prática na hora é fundamental. O plano deve incorporar maneiras pelas quais a criança, a família e os professores possam superar esse momento. Isso pode significar iniciar a psicoterapia, bem como os treinamentos para os pais e mestres. Apresentar o plano de tratamento para os responsáveis e deixar claro que ele foi bem pesquisado e organizado para melhor atende-lo. Discutir o que vai acontecer nas sessões, à importância e os possíveis resultados. Para os professores orientar quanto às modificações na sala e da aula. Este plano tem por objetivo ensinar o portador desse diagnóstico a lidar com seus sintomas, evitando ou limitando os prejuízos em sua vida e ensina-los a novas capacidades cognitivas e comportamentais para que as falhas na capacidade de planejamento, na solução de problemas, no autocontrole e nos relacionamentos interpessoais possam ser superadas.

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